A entrevista de hoje vai ser com Nathalia Batista
Nathalia se dedica há muitos
anos a escrever histórias, hoje já publicou dois livro e o terceiro já está
pronto. O primeiro livro escrito por ela foi Encontro e Desencontros, publicado em 2015 pela Chiado Editora.
Nele relata a Inglaterra no século XIX, um romance que mostra o ser humano no
seu lado bom e ruim. Já o segundo se chama Simplesmente
Alice, publicado este ano, que fala de uma mulher cheia de segredos que
poucos pessoas sabem, com a chegada de uma pessoa irá faze-la pensar em como
quer viver seu futuro. Este é o primeiro livro da série Nas Profundezas da
Loucura.
1. Encontro e Desencontro é o seu primeiro romance. Você sempre quis ser escritora?
Queria primeiramente dizer que é muito
bom falar de literatura e fico muito feliz com o seu empenho em divulgar essa
arte. O livro Desencontros e Desencantos foi o meu primeiro romance
publicado, mas não foi o primeiro que escrevi, pois me dedico a arte de contar
histórias há muitos anos, desde a adolescência para ser mais exata. Nunca
pensei em ser escritora, apesar de amar ler e escrever, acredito que foi algo
que foi ocorrendo na minha vida e que sou eternamente grata pelas oportunidades
de poder ser escritora.
2.
Quais foram as dificuldades você encontrou para publicá-lo?
A dificuldade maior que encontrei foi em
relação a algumas editoras no Brasil, que sem nem receber o material já
afirmavam que não aceitavam novos escritores. Acredito que isso foi bem difícil,
não só pelas negativas, mas por perceber o quão restrito é o mercado, para
tantos talentos que temos em nosso país. Os meus dois livros foram publicados
por uma editora portuguesa, onde encontrei espaço para mostrar o meu trabalho.
3. Antes de um livro ser
publicado ele passa por vários processos como, por exemplo, planejamento,
desenvolvimento e conclusão. Quanto tempo durou o planejando e escrevendo esta
história?
Escrevi os livros Desencontros e
Desencantos e Simplesmente Alice, em duas férias. Rsrs. Explicando
melhor, eu só posso escrever nas férias devido ao grande número de funções que
acumulo. Quando tiro férias de tudo, eu me concentro nos trabalhos literários.
Normalmente, gosto de me dedicar a duas histórias ao mesmo tempo, assim sendo,
para escrever os dois livros precisei das férias de dois anos. Foram ao todo
dois meses nos anos de 2014 e 2015.
4. Quando um escritor pensa
em escrever um livro ele pensa nos personagens, no local, nas características
do local e dos protagonistas. Qual foi a sua inspiração para escrever uma
história que se passa na Inglaterra do século XIX?
Eu li muitos livros dessa época, pois
muitas das minhas divas literárias escreveram nessa mesma ambientação, o que
facilitou o processo criativo. Estudei demoradamente aquela época e todos os
detalhes envolvidos como alimentação, vestuário, comportamentos típicos daquela
sociedade, etc. Então, no momento de criar a história já tinha muitos detalhes
presos à minha memória, o que fazia tudo fluir bem mais fácil.
5. Nos livros e nos filmes
vimos Londres bem bonita, cheia de paisagens magníficas e, geralmente, nos
romances de época mostram os bailes luxuosos. No livro Encontro e Desencontro não só vimos a beleza de Londres, mas a
miséria também. Que tipo de pesquisa você utilizou para relatar uma Londres que
poucas pessoas conhecem?
Fiz muitas pesquisas no campo social, é
algo que julgo necessário mesmo que a história seja ficção. Até os mapas da
época foram estudados, assim como o relevo, as estações e tudo que gira em
torno do momento histórico mencionado. A higiene da época não é nada comparada à
que conhecemos e hábitos que hoje consideramos absurdos contribuíam para o mau
cheiro marcante nessas cidades. Esses detalhes não constam habitualmente em
romances, a exemplo de como funcionava as periferias de Londres e das grandes
cidades nos séculos passados. Poucas pessoas falam sobre as misérias, o que
penso ser uma pena. Gosto de romances e de poetizar muita coisa, mas acredito
que os nossos olhos nunca podem estar fechados para as pessoas e as injustiças
presentes em toda a história da humanidade, só evidenciando isso, teremos oportunidade
de mudar algo no futuro.
6. Suzanne e Veronika tiveram
a mesma educação, mas tem comportamentos e atitudes diferentes, alguns leitores
comparam Veronika como as irmãs adotivas da Cinderela. Que o você acha disso?
Amo muito a história da cinderela e para
mim é uma honra ter tal comparação, contudo, gosto de ver os personagens com
uma profundidade maior. Veronika tem um comportamento invejoso e muitas vezes
cruel, mas como podemos observar na carta de sua mãe e em toda a criação
desprovida de bons sentimentos, ela acabou se tornando uma pessoa de emoções
impulsivas e ambivalentes.
7. Mary Hancock é uma pessoa
de um caráter inquestionável, sendo uma das pessoas mais sábias da história. Em
quem você se inspirou para criar um personagem tão marcante por sua
inteligência?
A Mary é uma mulher que precisou
amadurecer rápido devido as condições infligidas às mulheres naquela época.
Teve um destino típico de muitas mulheres que não se casavam, pois era o que rezava
o protocolo de “felicidade” vigente na sociedade. O fato de ter que trabalhar,
sair de seu lar e tentar educar meninas em vários lugares e em vários tipos de
famílias, com certeza contribuiu para que se tornasse uma mulher tão sábia. Os
problemas e obstáculos fazem isso conosco e nos ajudam a crescer e desenvolver
talentos. Observe a Suzanne, o que doze anos, muitos desencontros e desencantos
fizeram? Tornaram uma ingênua menina em uma mulher forte e admirável.
8. No livro há vários
personagens marcantes, seja pela sua arrogância, inteligência, educação ou até
mesmo por sua beleza. Em qual dos personagens você se identifica? E porquê?
Eu me identifico com todos. Cada um
deles tem um pedacinho de mim. Uma fala ou outro comportamento tomei emprestado
de pessoas do meu convívio, mas considero todos os meus personagens fragmentos
de mim.
9. Ao começar a leitura de um
livro, na maioria das vezes, não sabemos como vai terminar a história ou temos
uma breve imaginação de como irá terminar. Você sempre soube como terminaria a
história?
Eu só queria que as minhas histórias não
trouxessem mais dor em seus finais, pois gosto de ver a justiça triunfar. Mas
quando eu começo a escrever não tenho a menor ideia de como os acontecimentos
se darão. Já houve situações que eu pensei que determinado personagem deveria
morrer, mas simplesmente, não consegui matá-lo e ele ainda ganhou destaque na
trama. É como se os personagens fossem ganhando vida e tomando suas decisões,
em determinado momento o autor passa somente a acompanhá-los... rsrsrsrs.
10. Para qualquer autor
publicar um livro, que passou tanto tempo sendo planejando, é uma grande
vitória. Você pretende escrever outros livros? O que os leitores podem esperar?
Publiquei nesse ano o livro Simplesmente
Alice. Os primeiros capítulos podem ser encontrados na plataforma wattpad. É
uma história completamente diferente e foi emocionante escrevê-la. Já estou com
um terceiro livro pronto, diferente dos dois primeiros. Já me perguntaram por que
escrever histórias tão diferentes. Respondi que gosto de ser completamente
livre na criação de histórias, acredito muito que a arte precisa dessa
liberdade. Então podem esperar versatilidade nas histórias, mas algumas coisas
serão parecidas, pois alguns valores e detalhes faço questão que estejam em
todas elas, como se fosse a minha assinatura. Então convido os leitores a descobrir.
Quero agradecer a Nathalia pela a entrevista e dizer gostei muito de conhecer melhor suas obras, muito sucesso como escritora e que venham muitos livros por ai e pode contar sempre com o blog para o que precisar, pois sei que divulgar uma obra literária não é fácil.
Rede social da autora: https://www.facebook.com/nathaliabatistaescritora/
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O prazer foi todo meu, Mayara.
ResponderExcluirConta comigo sempre
Conto sim, pode deixar! :)
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