A entrevista de hoje vai ser com Vinicius Grossos, nela ele fala sobre cada livro publicado, do Vinicius leitor e o
Vinicius escritor. Fala também de como o lançamento do livro Um Garoto Quase
Atropelado mudou sua vida. E revela, ainda, que em breve estará lançando um
livro novo.
Vinicius tem 24 anos e
atualmente mora em Juiz de Fora. É autor dos livros “O Garoto Quase Atropelado”, “1+1– A Matemática do Amor “, “Sereia Negra” e um que fez participação com o
conto Quando Infinitos se Encontram no livro “O Verão Em Que Tudo Mudou”. É um
autor que gosta de falar sobre o que se passa com ele, seus amigos e
familiares, “Quero que
meu leitor encontre nos livros um amigo. Quero que ele saiba que não está
sozinho”, relatou.
1. Seu primeiro livro
a ser publicado foi Sereia Negra, nele vemos uma mistura de fantasias, lendas,
magias e um pouco de realidade. O que te fez escrever sobre sereias, um tema
bastante místico mas ao mesmo tempo adorado por muitos, e ainda por cima negra,
o que é raro de encontrar nas histórias sobre elas?
É engraçado... Quando
me propus a escrever sobre fantasia, eu já sabia que falaria sobre sereias, que
eram os meus seres fantásticos favoritos. Com isso definido, a Inês, de pele
negra, cabelo afro, e todas as suas outras características, vieram à minha
mente como se ela já existisse. Foi mágico. A partir desse momento, eu sabia
que precisaria escrever esta história.
2. No conto Quando infinitos se Encontram conhecemos
a história de Frederico, um jovem que trabalha em uma livraria. E pelo que já
pesquisei sobre você, seu sonho era trabalhar em uma livraria. Como foi
escrever sobre ele e o que Frederico tem de você? Pois vocês dois são bem
parecidos, quando li sobre o conto identifiquei muito você com o personagem.
Nesse quesito, somos
parecidos mesmo. Mas eu queria trabalhar lá apenas para poder ler tudo de
graça! hahahah O Fred acabou indo parar lá meio que por falta de opção. No fim
das contas, eu sou muito reflexivo e um pouco tímido. Só que a Valentina, que é
a outra personagem presente no meu conto, vive pelos sonhos, e dela sim eu doei
muito de mim.
3. Ainda sobre o
livro O Verão Em Que Tudo Mudou, como
foi participar de um livro com as autoras Thais Wandrofski e Gabriela Freitas e
como foi a preparação e publicação do livro?
Foi lindo! Nós
tivemos liberdade para que pudéssemos criar nossas histórias após uma reunião
com nosso editor, onde definimos em que pontos os nossos contos se cruzariam.
Então, a partir daí, tudo fluiu bem. Escrever e viajar pelo Brasil com elas foi
uma experiência muito bacana! Nós acabamos virando uma grande família. Espero
poder repetir em breve.
4. O que te
inspirou para escrever o livro O Garoto
Quase Atropelado? E como foi mostrar que a escrita, às vezes, pode ser
libertador para quem está vivo e para quem quer viver? Pois, raramente, somos
quase atropelados por pessoas que acreditam no que sentem.
Eu escrevi muito para
mim... Tinha muita dor e coisas que eu precisava colocar para fora, e a escrita
sempre foi terapêutica. Quando acabei, decidi compartilhar o livro sem ter
noção da proporção que ele teria.
Hoje em dia, OGQA é o
livro que representa a grande virada da minha carreira.
5. E o que achei
muito legal foi descobrir que o livro 1+1
A Matemática do Amor começou a ser escrito através de uma brincadeira com
Augusto Alvarenga. E cada um de vocês escreveram sobre um personagem, como foi
escrever sobre um garoto totalmente diferente de você? E como surgiu a ideia de
publicar uma história que começou meramente brincando? Que não era a ideia
inicial de vocês quando estavam escrevendo.
Nós escrevemos e
paramos algumas vezes, por divergências de ideias. Numa dessas vezes, quando
fomos retomar a escrita, percebemos que o material que tínhamos era muito legal
e decidimos ir até o fim. 1+1 é um livro que tem um espaço muito grande no meu
coração e que me ajudou a acreditar novamente no amor.
6. Como foi
escrever sobre adolescentes se descobrindo e LGBTs? Pois, por incrível que
pareça, ainda é um tema polêmico e pouco se falado nos livros. E como foi o
feedback após a publicação dele?
A todo o momento, por mais que a problemática de
uma relação LGBT fosse trazida para as páginas do livro, eu tentava sempre
colocar na minha cabeça que queria escrever o 1+1 como se fosse uma história de
primeiro amor, independente do gênero. Uma história em que o amor falasse mais
alto - e acho que, nas respostas dos leitores, isso ficou muito claro.
7. Pelo que já vi e
li nos seus livros, você gosta de escrever sobre temas tabus e pouco vistos em
outras histórias, o que te faz escrever sobre estes temas e como seus leitores
reagem com isso?
Eles são tabus, mas
não deixam de existir ou estarem presentes. Eu gosto de escrever sobre coisas
que passei, vivi, ou que já presenciei com meus amigos e familiares. Quero que
meu leitor encontre nos livros um amigo. Quero que ele saiba que não está
sozinho.
8. A vida de
escritor não é fácil, principalmente quando decide que vai publicar um livro,
pois no Brasil o incentivo, infelizmente, é muito pouco, e você já tem 4 livros
publicados. Quais foram as dificuldades que você encontrou no processo de
escrita, divulgação e publicação? Como surgiu o apoio da editora?
Todas as dificuldades
possíveis... Por ser autor nacional, temos que passar por várias barreiras.
Quando lancei OGQA, eu tive muito apoio da editora, e a parceria deu muito
certo pelos trabalhos seguintes. Mas sei que fui privilegiado, e que muita
gente ainda tem que lutar por um espaço mínimo nas livrarias e por divulgação.
Me sinto abençoado
também por ter sido tão bem acolhido pelos blogueiros, a quem responsabilizo
boa parte do sucesso dos meus livros.
Ainda não é fácil,
mas a batalha vale a pena.
9. Quais as manias
que o Vinicius leitor tem quando vai comprar ou ler um livro? E qual é o autor
que inspira o Vinicius escritor?
Amo comprar livro pela capa hahahaha
E nunca consigo fechar o livro sem terminar o
capítulo.
E hummm... O Markus Suzak, de A menina que roubava
livros.
10. Dos quatro
livros publicados conta pra gente qual deles é seu xodó? E qual é o seu
personagem favorito?
Acho que O Garoto
quase-atropelado. Ele tem muito de mim, da minha
vida, dos meus medos
e traumas.
E personagem
favorito? É difícil. Mas eu adoro o jeito que o Bernado vê a vida.
11. O que os seus
fãs podem esperar para daqui pra frente? Vai ter mais livros publicados? O que
2018 te reserva?
Não gosto de falar
antes das coisas acontecerem... Mas teremos livros novos sim! Em breve.
Vinicius obrigada pela a entrevista e de ter disponibilizado um pouquinho do seu tempo para nos responder.
Obrigada e sucesso!
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