sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

[Conversando com Escritores] Vinicius Grossos #Entrevista

A entrevista de hoje vai ser com Vinicius Grossos, nela ele fala sobre cada livro publicado, do Vinicius leitor e o Vinicius escritor. Fala também de como o lançamento do livro Um Garoto Quase Atropelado mudou sua vida. E revela, ainda, que em breve estará lançando um livro novo.



Vinicius tem 24 anos e atualmente mora em Juiz de Fora. É autor dos livros “O Garoto Quase Atropelado, “1+1– A Matemática do Amor “, “Sereia Negra” e um que fez participação com o conto Quando Infinitos se Encontram no livro “O Verão Em Que Tudo Mudou”. É um autor que gosta de falar sobre o que se passa com ele, seus amigos e familiares, “Quero que meu leitor encontre nos livros um amigo. Quero que ele saiba que não está sozinho”, relatou.


1. Seu primeiro livro a ser publicado foi Sereia Negra, nele vemos uma mistura de fantasias, lendas, magias e um pouco de realidade. O que te fez escrever sobre sereias, um tema bastante místico mas ao mesmo tempo adorado por muitos, e ainda por cima negra, o que é raro de encontrar nas histórias sobre elas?

É engraçado... Quando me propus a escrever sobre fantasia, eu já sabia que falaria sobre sereias, que eram os meus seres fantásticos favoritos. Com isso definido, a Inês, de pele negra, cabelo afro, e todas as suas outras características, vieram à minha mente como se ela já existisse. Foi mágico. A partir desse momento, eu sabia que precisaria escrever esta história.


2. No conto Quando infinitos se Encontram conhecemos a história de Frederico, um jovem que trabalha em uma livraria. E pelo que já pesquisei sobre você, seu sonho era trabalhar em uma livraria. Como foi escrever sobre ele e o que Frederico tem de você? Pois vocês dois são bem parecidos, quando li sobre o conto identifiquei muito você com o personagem.

Nesse quesito, somos parecidos mesmo. Mas eu queria trabalhar lá apenas para poder ler tudo de graça! hahahah O Fred acabou indo parar lá meio que por falta de opção. No fim das contas, eu sou muito reflexivo e um pouco tímido. Só que a Valentina, que é a outra personagem presente no meu conto, vive pelos sonhos, e dela sim eu doei muito de mim.


3. Ainda sobre o livro O Verão Em Que Tudo Mudou, como foi participar de um livro com as autoras Thais Wandrofski e Gabriela Freitas e como foi a preparação e publicação do livro?

Foi lindo! Nós tivemos liberdade para que pudéssemos criar nossas histórias após uma reunião com nosso editor, onde definimos em que pontos os nossos contos se cruzariam. Então, a partir daí, tudo fluiu bem. Escrever e viajar pelo Brasil com elas foi uma experiência muito bacana! Nós acabamos virando uma grande família. Espero poder repetir em breve.


4. O que te inspirou para escrever o livro O Garoto Quase Atropelado? E como foi mostrar que a escrita, às vezes, pode ser libertador para quem está vivo e para quem quer viver? Pois, raramente, somos quase atropelados por pessoas que acreditam no que sentem.

Eu escrevi muito para mim... Tinha muita dor e coisas que eu precisava colocar para fora, e a escrita sempre foi terapêutica. Quando acabei, decidi compartilhar o livro sem ter noção da proporção que ele teria.
Hoje em dia, OGQA é o livro que representa a grande virada da minha carreira.


5. E o que achei muito legal foi descobrir que o livro 1+1 A Matemática do Amor começou a ser escrito através de uma brincadeira com Augusto Alvarenga. E cada um de vocês escreveram sobre um personagem, como foi escrever sobre um garoto totalmente diferente de você? E como surgiu a ideia de publicar uma história que começou meramente brincando? Que não era a ideia inicial de vocês quando estavam escrevendo.

Nós escrevemos e paramos algumas vezes, por divergências de ideias. Numa dessas vezes, quando fomos retomar a escrita, percebemos que o material que tínhamos era muito legal e decidimos ir até o fim. 1+1 é um livro que tem um espaço muito grande no meu coração e que me ajudou a acreditar novamente no amor.


6. Como foi escrever sobre adolescentes se descobrindo e LGBTs? Pois, por incrível que pareça, ainda é um tema polêmico e pouco se falado nos livros. E como foi o feedback após a publicação dele?

A todo o momento, por mais que a problemática de uma relação LGBT fosse trazida para as páginas do livro, eu tentava sempre colocar na minha cabeça que queria escrever o 1+1 como se fosse uma história de primeiro amor, independente do gênero. Uma história em que o amor falasse mais alto - e acho que, nas respostas dos leitores, isso ficou muito claro.


7. Pelo que já vi e li nos seus livros, você gosta de escrever sobre temas tabus e pouco vistos em outras histórias, o que te faz escrever sobre estes temas e como seus leitores reagem com isso?

Eles são tabus, mas não deixam de existir ou estarem presentes. Eu gosto de escrever sobre coisas que passei, vivi, ou que já presenciei com meus amigos e familiares. Quero que meu leitor encontre nos livros um amigo. Quero que ele saiba que não está sozinho.


8. A vida de escritor não é fácil, principalmente quando decide que vai publicar um livro, pois no Brasil o incentivo, infelizmente, é muito pouco, e você já tem 4 livros publicados. Quais foram as dificuldades que você encontrou no processo de escrita, divulgação e publicação? Como surgiu o apoio da editora?

Todas as dificuldades possíveis... Por ser autor nacional, temos que passar por várias barreiras. Quando lancei OGQA, eu tive muito apoio da editora, e a parceria deu muito certo pelos trabalhos seguintes. Mas sei que fui privilegiado, e que muita gente ainda tem que lutar por um espaço mínimo nas livrarias e por divulgação.

Me sinto abençoado também por ter sido tão bem acolhido pelos blogueiros, a quem responsabilizo boa parte do sucesso dos meus livros.

Ainda não é fácil, mas a batalha vale a pena.


9. Quais as manias que o Vinicius leitor tem quando vai comprar ou ler um livro? E qual é o autor que inspira o Vinicius escritor?

Amo comprar livro pela capa hahahaha
E nunca consigo fechar o livro sem terminar o capítulo.
E hummm... O Markus Suzak, de A menina que roubava livros.


10. Dos quatro livros publicados conta pra gente qual deles é seu xodó? E qual é o seu personagem favorito?

Acho que O Garoto quase-atropelado. Ele tem muito de mim, da minha
vida, dos meus medos e traumas.
E personagem favorito? É difícil. Mas eu adoro o jeito que o Bernado vê a vida.


11. O que os seus fãs podem esperar para daqui pra frente? Vai ter mais livros publicados? O que 2018 te reserva?

Não gosto de falar antes das coisas acontecerem... Mas teremos livros novos sim! Em breve.



Vinicius obrigada pela a entrevista e de ter disponibilizado um pouquinho do seu tempo para nos responder.
Obrigada e sucesso!



Gostaram da Entrevista?







ACOMPANHE O BLOG













Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...